A China comprou pelo menos quatro carregamentos de soja dos EUA após a reunião entre o presidente americano Donald Trump e o chinês, Xi Jinping. Os carregamentos serão enviados ainda este ano e no início de 2026, e o volume total é de cerca de 250 mil toneladas, disseram pessoas familiarizadas com o assunto à agência Bloomberg.

No começo da semana, o mercado falava de compras feitas pela Cofco em um total de 180 mil toneladas. A soja será enviada do noroeste do Pacífico e do Golfo do México, acrescentaram as fontes.

O presidente Trump disse que a China comprará uma quantidade "enorme" de soja americana após uma reunião com Xi na quinta-feira para fechar um amplo acordo comercial. Depois disso, os contratos futuros em Chicago subiram esta semana para o nível mais alto em quase 16 meses.

O comércio entre os EUA e a China movimentou mais de US$ 12 bilhões no ano passado, mas Pequim tem buscado diversificar seu fornecimento nos últimos anos. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, anunciou que os chineses devem comprar 12 milhões de toneladas de soja entre agora e janeiro e 25 milhões de toneladas de soja por ano, durante os próximos três anos.

"Essa é uma boa notícia para os agricultores, supondo que o acordo se mantenha, e indica uma intenção de ambos os lados de que o comércio agrícola volte ao normal", disse Even Pay, diretor da consultoria Trivium China, com sede em Pequim, à Bloomberg. Espera-se que mais compras sejam feitas, mas há poucos incentivos para que os esmagadores comprarem dos EUA neste momento, mesmo com a remoção de algumas tarifas, acrescentou Pay. O Grupo Cofco não respondeu a um pedido de entrevista.

Para o Brasil, o encontro entre os presidentes dos EUA e da China fez os prêmios praticados no porto de Paranaguá (PR) — diferencial entre o valor em Chicago e o preço para exportação — caírem entre US$ 0,15 e US$ 0,20 por bushel. Além disso, o acordo paralisou as vendas de soja do Brasil (Globo Rural, 31/10/25